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luciao
Mensagens : 2
Data de inscrição : 04/08/2023

Transpondo um flagelo clínico Empty Transpondo um flagelo clínico

29/9/2023, 23:32
Num dia remoto, pela circunstância de um anúncio televisivo, de súbito, germinara o mais sórdido pensamento, e seguiu-se que eu pus-me a questionar a minha orientação sexual. Isso rendeu efeitos neurológicos terríveis. O terror da experiência foi breve, mas a dúvida irrevogável se sedimentara na matriz psíquica. Semanas seguintes, tive a primeira sucessão de surtos neuróticos, o que extraviou toda a jornada intelectual que eu seguia. Logo a minha vida desabou, e eu caí num labirinto infindo. O meu desenvolvimento sociológico se retardou profundamente, e, sem consolo moral, eu fiquei preso na progressão temporal, tentando, sem o menor êxito, neutralizar as irregularidades comportamentais que se apresentaram. Em virtude da neurose que eu tenho há anos, o HOCD tem dimensão sintomática regular, de forma que, na medida certa, o meu caso não é crítico. Ainda assim, o drama que eu vivo é insuportável, porque as crises desestabilizam a mente consciente.

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marco meliodas
Mensagens : 1379
Data de inscrição : 12/09/2023

Transpondo um flagelo clínico Empty Re: Transpondo um flagelo clínico

30/9/2023, 07:50
Boa sorte, colega! Ocupe sua mente com tarefas. Resultados hão de vir!

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luciao
Mensagens : 2
Data de inscrição : 04/08/2023

Transpondo um flagelo clínico Empty Re: Transpondo um flagelo clínico

22/1/2024, 20:01
Há alguns meses, ingressei neste fórum e enviei um texto sumarizando a morbidade da qual padeço e o meu perfil clínico. Muitas dúvidas surgiram-me no decorrer do tempo, e eu pretendo saná-las. Como fora declarado, o meu HOCD, em certa medida, manifesta-se brandamente e é relativamente controlável. Isso justifica-se pelo fato de que uma linha demasiadamente tênue separa as instâncias psíquicas que fazem parte da minha constituição metapsicológica, de forma que o HOCD e todos os outros problemas circunscritíveis estão interligados, constituindo uma transversalidade que impede que o HOCD me moleste continuamente. Isso não é bom, nem ruim, é apenas o meu perfil clínico.

Certo de que esclareci o que realmente se passa comigo, discorrerei um pouco sobre a minha história psicossexual e externarei as dúvidas que me afligem. Desde criança, eu sempre apreciei as meninas e a anatomia feminina, entretanto após eu conhecer a P., a minha vida foi transformada radicalmente. O primeiro vídeo pornográfico a que eu assisti continha sexo lésbico, só depois eu passei a consumir P. heterossexual. Eu consumi esse tipo de coisa durante 5 anos da minha vida, vindo a me dar conta de que estava no fundo do poço tardiamente. Tentei parar algumas vezes, mas não tive nenhum êxito. Infelizmente, o episódio relatado no primeiro texto culminou no meu primeiro contato com a P. homossexual. A experiência foi eminentemente aterradora e marcou-me profundamente, de modo que, nas crises de ansiedade subsequentes, eu meti-me novamente a passar por isso. Eu sabia que aquilo me fazia mal, mas, em virtude de uma inquietação extrema, eu não hesitava em me testar. Sempre decorria das crises uma vontade visceral de voltar a consumir P. heterossexual. Quando eu conseguia fazê-lo, era tomado por um êxtase geral. Felizmente, eu consegui regularizar o meu quadro clínico e diminuir a frequência das crises. De qualquer forma, o HOCD ainda é um empecilho monumental na minha vida.

As minhas principais dúvidas são:

1. Até que ponto a P. homossexual constitui apenas um fetiche?

2. Nas crises, é normal o portador do HOCD sentir como se estivesse louco para consumir P. homossexual?
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